quarta-feira, 30 de março de 2011

Semana Cordão do Peixe-Boi 2011

Você mandou, a gente publica. E durante toda semama a postagens de fotos (e vídeos), de quem foi para o nosso cortejo no domingo (27), vão continuar. Agradecemos a Deborah Cabral que gentilmente cedeu suas fotos do Cordão do Peixe-Boi 2011 para o blog. Confira:

Brincante do Batalhão da Estrela durante cortejo

Garotos do projeto "Orube de Arte e Educação"

Êh, Peixe-Boi!

Orube durante a 'Roda Ancestral' na Praça dos Estivadores

Integrantes do Batlhão da Estrela durante 'Roda Ancestral'

Música no pé, menina

segunda-feira, 28 de março de 2011

Mais imagens do Cordão do Peixe-Boi

Graças ao apoio e colaboração de uma série de fotógrafos profissionais e amadores, foi possível para a equipe de comunicação do Instituto Arraial do Pavulagem (Alexandre Nascimento, Hugo Almeida e Yorranna Oliveira) mostrar um pouquinho do Cordão do Peixe-Boi 2011, realizado ontem (27) em Belém do Pará.

Confira as fotos de Elcimar Neves:

Batalhão da Estrela

Tucano feito de garrafa pet

Crianças nos tradicionais barquinhos do Cordão do Peixe-Boi

Peixe-Boi sobrevoando o público

domingo, 27 de março de 2011

Peixe-Boi 2011



Allan Carvalho no "Brilho da Aurora"/Foto: Alexandre Nascimento
 Amanheceu em Belém do Pará e o Instituto Arraial do Pavulagem celebrou o raiar do dia  neste domingo (27), por volta das 6 horas na escadinha da Estação das Docas. Era o "Brilho da Aurora", uma programação inédita nos eventos do Instiuto. O "Brilho da Aurora" é inspirado nas alvoradas das festas de santo do interior do Pará, e teve música, a presença de 'Mestre Cardoso', que aos 78 anos de idade veio de Ourém (PA) especialmente para  participar do cortejo de cultura popular e educação ambiental em Belém, o Cordão do Peixe-Boi. O "Brilho da Aurora" contou ainda com a poesia de gente como Juraci Siqueira, poeta e trovador, mais conhecido por essas quebradas do norte do país como o “Filho do Boto”.

Mestre Cardoso durante a alvorada/Foto:Alexandre Nascimento
Juraci Siqueira no "Brilho da Aurora"/Foto: Alexandre Nascimento
Logo depois da alvorada, o público começou a chegar para acompanhar o Cordão do Peixe-Boi. E dezenas de pessoas participaram da roda cantada, enquanto esperavam o símbolo da festa, o Peixe-Boi brinquedo construído numa estrutura de pano e ferro para refletir  sobre a relação do homem com o meio ambiente. O peixe-boi  da Amazônia (Trichechus inunguis) é um animal ameaçado de extinção. Mamífero de água doce, ele representa  parte do imaginário submerso das populações ribeirinhas. Criado em 2003 pelo Instituto Arraial do Pavulagem, o brinquedo é trazido de barco pelas águas  da baía do Guajará, mas devido a problemas técnicos, a tradicional chegada pelo rio não ocorreu. 

Simbolicamente o Peixe-Boi emergiu das profundezas para denunciar o desrespeito com a natureza, sobrevoando a multidão e dando o início ao cortejo que percorreu apenas o entorno da Praça dos Estivadores. A ideia inicial era prosseguir pela travessa Frutuoso Guimarães, rua 15 de novembro, Avenida Portugal e descer pela Boulevard Castilhos França novamente e passar em frente à Feira do Ver-o-Peso. Mas agentes da Companhia Municipal de Trânsito de Belém (CTBel) impediram o trajeto e o cortejo deu meia-volta. E quando o Cordão do Peixe-Boi se preparava para entrar na Praça dos Estivadores, funcionários da organização da festa de aniversário dos 384 do Ver-o-Peso vieram informar que o cortejo poderia passar pelo local. A direção do Cordão do Peixe-Boi agradeceu a iniciativa. No entanto, já era tarde. Fica pra próxima Ver-o-Peso.
Peixe-Boi (Foto: Marcelly Quintairos)
Batalhão da Estrela (Foto: Lucelle Nascimento)
Ao som de samba de cacete, pássaro, carimbó e bangüê, o Batalhão da Estrela deu o ritmo de cortejo. Em 2011, o evento sofreu modificações para resgatar a essência do projeto. Primeiro saiu do período carnavalesco para evitar comparações com a festa e tentar reverter distorções acumuladas com o passar dos anos, como o consumo de bebida alcoólica. Os horários foram repensados: tudo vai começar e terminar cedo, para que as crianças e os idosos também participem. E até o trajeto ganhou novos caminhos – do encerramento na Praça do Carmo à Praça dos Estivadores e percorrerá o entorno do local. A 9ª edição do cortejo  teve o apoio do Governo do Estado do Pará, Prefeitura Municipal de Belém, Sindifisco (Sindicato dos Auditores da Receita Federal do Estado do Pará), da EntreAtos Companhia de Artes, Asflora (Instituto Amigos da Floresta Amazônica), Associação dos Trabalhadores de Materiais Recicláveis da Pedreira, Serviço de Atendimento Médico de Emergência e Resgate (Samer) e Associação dos Produtores Orgânicos do Estado do Pará – Pará Orgânico. 

Brincantes com adereços do Cordão do Peixe-Boi/Foto: Carla Barroso
 Na Praça dos Estivadores, o Cordão do Peixe-Boi e o Cordão da Arara, do projeto Orube de Arte e Educação, do Conjunto Satélite, em Belém, entoaram  e executaram cantos e danças indígenas e africanas em conexão com nossa matriz ribeirinha na chamada 'Roda Ancestral'. A Praça recebeu ainda uma feira de protdutos orgânicos, promovida pelo Instituto em parceira com a Pará Orgânico, além da doação de mudas de plantas de espécies como jatobá, açaí, andiroba, favarara, ingá e palheteira pela Asflora, que trouxe os personagens "Curupira", "Mãe Natureza" e "Curupira" para o cortejo, no intuito de fomentar o diálogo sobre a proteção da natureza e a melhor forma de conviver com ela, com temas sobre a flora, fauna, dispersão de sementes, reflorestamento, manejo florestal, desenvolvimento sustentável, queimadas e contaminação de recursos hídricos.

"Mãe Natureza", "Matinta Perera" e "Curupira"/Foto: Marcelly Quintairos

Cerca de 100 crianças e adolescentes, do Colégio Dom Mário, no bairro da Cidade Velha, participaram do Cordão do Peixe-Boi. Através de um projeto da escola, a Resenha Literária, que este ano tem como tema a questão ambiental, e a parceria do Instituto, a garatoda teve oficinas de canto, em março para cantar as músicas tocadas no Cordão. E durante os meses de fevereiro e março, os alunos ajudaram a construir um  jacaré, escolhido em votação pelos estudantes.

O grupo Arraial do Pavulagem e convidados encerraram o cortejo com shows na festa da cultura popular em meio a sol  e chuva. E todo mundo  pôde voltar mais cedo pra casa com o término do evento pouco depois de 12h30.
Cortejo para crianças (Foto: Carla Barroso)
Grupo Arraial do Pavulagem (Foto: Lucelle Nascimento)
Todos os detalhes do cortejo foram transmitidos pelo Twitter, via Twitcam pela equipe de comunicação do Instituto Arraial do Pavulagem (Alexandre Nascimento, Hugo Almeida e Yorranna Oliveira).

 Peixe-Boi chegando à Pça dos Estivadores/Foto: Marcelly Quintairos

Pernas-de-pau (ao fundo) / Foto: Marcelly Quintairos

Você pode conferir as fotos do Cordão do Peixe-Boi no flickr oficial do Instituto: http://www.flickr.com/photos/pavulagem/

Também pode conferir as imagens do Cordão na nossa página no Facebook, basta digitar – Instituto Arraial Do Pavulagem. As fotos foram gentilmente cedidas por integrantes do Batalhão da Estrela e pelo público.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Cordão do Peixe-Boi 2011

Fotos: Alexandre Nascimento

É com os primeiros raios de sol que o Cordão do Peixe-Boi 2011 celebra a cultura popular e o meio ambiente. O cortejo realizado pelo Instituto Arraial do Pavulagem terá, pela primeira vez desde sua criação em 2003, uma alvorada para esperar o Peixe-Boi, chamada de “Brilho da Aurora”. A programação começa às 5 horas na Escadinha da Estação das Docas, com músicas escolhidas especialmente para o momento e já disponíveis no blog do Instituto: www.arraialdosaber.blogspot.com/

Inspirada nos antigos cordões de bicho, a festa  tem como símbolo o peixe-boi, um brinquedo construído de sucata para simbolizar a preocupação com a floresta, com a degradação ambiental, com a pesca predatória. E como se emergisse das águas da Baía do Guajará, ele sobrevoa a multidão e traz das profundezas do rio a denúncia do desrespeito com o meio ambiente. “É um exercício de cidadania cultural e ambiental na Amazônia, é uma celebração festiva interativa popular, resultante de uma metodologia que evoca a transmissão de saberes e fazeres tradicionais, desencadeados por meio de oficinas, rodas cantadas, ensaios abertos, seminários, entre outras formas de ensinoaprendizagem promovidas pelo Instituto”, explica Walter Figueiredo, produtor cultural do Instituto Arraial do Pavulagem, e um dos idealizadores do Cordão do Peixe-Boi.
Ensaio para  o Cordão do Peixe-Boi


Integrantes do Batalhão da Estrela
A 9ª edição do cortejo conta com o apoio do Governo do Estado, Prefeitura Municipal de Belém, Sindifisco (Sindicato dos Auditores da Receita Federal do Estado do Pará), da EntreAtos Companhia de Artes, Asflora (Instituto Amigos da Floresta Amazônica) e Associação dos Produtores Orgânicos do Estado do Pará – Pará Orgânico. Em 2011, o evento sofreu modificações para resgatar a essência do projeto. Primeiro saiu do período carnavalesco para evitar comparações com a festa e tentar reverter distorções acumuladas com o passar dos nos, como o consumo de bebida alcoólica. Os horários foram repensados: tudo vai começar e terminar cedo, para que as crianças e os idosos também participem. E até o trajeto ganhou novos caminhos – o encerramento na Praça do Carmo será agora na Praça dos Estivadores e percorrerá o entorno do local.
“Somos uma escola sem paredes e nesse local a bebida não viabiliza nada. A bebida não pode ser comparada com o exercício cultural, a criança e o idoso estavam sendo expurgados desse espaço. A prioridade para nós é fortalecer a cultura popular fora de uma atmosfera contaminada. A medida para a vida exige uma mudança qualitativa, a retirada do cortejo do carnaval é para preservar a nossa imagem e a nossa história, que construímos ao longo do tempo”, afirma Ronaldo Silva, músico do grupo Arraial do Pavulagem, pesquisador cultural do Instituto e um dos principais defensores da retomada às origens do projeto do Peixe-Boi.
Quem não puder participar da alvorada, a concentração do cortejo inicia às 7 horas na Escadinha, com saída prevista às 8 horas em direção ao Ver-o-Peso e retorno para a Praça dos Estivadores. O novo local foi escolhido por ficar em frente à sede do Instituto Arraial do Pavulagem e por se configurar como espaço que precisa ser valorizado culturalmente tanto pelo poder público, como pelos moradores da cidade. Na Praça, haverá uma ‘Roda Ancestral’ com a execução de ritmos e danças de origens africana e indígena, em conexão com a nossa matriz ribeirinha.  O grupo Arraial do Pavulagem e convidados fazem o show de encerramento do cortejo, programado para 10 horas da manhã.
Feira, teatro e plantas
Em parceria com a Associação de Produtores Orgânicos do Estado do Pará – Pará Orgânico, o Instituto Arraial do Pavulagem vai realizar, ainda, uma Feira de Produtos Orgânicos que será montada na Praça dos Estivadores, com venda de hortaliças (alface, couve-flor, cheiro verde), frutas regionais (cupuaçu, pupunha), flores tropicais, plantas medicinais e ornamentais, e produtos fitoterápicos, trazidos de vários municípios do Estado, como Irituia, Benevides e Santo Antônio do Tauá.
Por não utilizarem insumos agrícolas, na maior parte dos casos, os produtos orgânicos são bem mais caros do que os produtos à base de agrotóxicos. No entanto, na Feira os próprios produtores vendem diretamente sua produção para o consumidor, barateando o valor dos itens. “Ao venderem direto para o consumidor, a diferença de preço, em média, é o mesma dos produtos convencionais. E em termos de qualidade nutricional, os produtos orgânicos não têm comparação”, afirma Henrique Oeiras, diretor de produção do Pará Orgânico.
Além da Feira, o Instituto promoverá uma doação de 200 mudas de plantas de espécies frutíferas (andiroba, ingá, açaí, fruta-pão e jatobá), por meio do Instituto Amigos da Floresta Amazônica – Asflora. Entidade civil sem fins lucrativos, a Asflora foi criada em 2000 e tem como missão educar, preservar, reflorestar e promover o intercâmbio de informações a partir do princípio do desenvolvimento sustentável da região amazônica.  A ONG trará na bagagem para o cortejo outra ação que desenvolve no Estado: o “Teatro de Floresta”, com personagens como a ‘Mãe Natureza’ e o ‘Curupira’, no intuito de fomentar o diálogo sobre a proteção da natureza e a melhor forma de conviver com ela, com temas sobre a flora, fauna, dispersão de sementes, reflorestamento, manejo florestal, desenvolvimento sustentável, queimadas e contaminação de recursos hídricos.
Crianças e adolescentes

Desde o dia 15 de março, sempre nas manhãs de terça e quinta-feira, mais de 100 crianças e adolescentes, do Colégio Dom Mário, no bairro da Cidade Velha se prepararam para participar do Cordão do Peixe-Boi. As atividades ocorreram através de um projeto da escola, a Resenha Literária, que este ano tem como tema a questão ambiental, e a parceria do Instituto. Além das oficinas de canto, os alunos também participam de uma oficina de confecção de adereço, promovida aos sábados, desde fevereiro, pelo cenógrafo Luís Girad, para construir mais precisamente um jacaré. O animal foi escolhido em uma votação pelos estudantes do maternal ao nono ano para representar o colégio durante o cortejo.
Músico Allan Carvalho durante oficina de canto no Colégio Dom Mário
“Essa é uma experiência inovadora. Aqui na escola a gente está tentando passar para os meninos que cultura é algo que faz parte da vida, que o que eles estão vivenciando aqui é uma experiência de vida. A cultura traz uma série de conhecimentos e se a escola não for a  transmissora disso, quem vai ser? Cultura é conhecimento, e é papel da escola promover essa conscientização. E fazer isso de uma forma mais lúdica, mais prazerosa, porque só falar não funciona”, acredita Rosângela Melo, coordenadora do projeto Resenha Literária.
Serviço:
9º Cordão do Peixe-Boi
Data: 27 de março (domingo)
Horário do ‘Brilho da Aurora’: 5 horas
Horário de saída do cortejo: 8 horas
Local de concentração: Escadinha da Estação das Docas, no bairro da Campina em Belém
Contatos para imprensa: Yorranna Oliveira – Assessoria de Imprensa Instituto Arraial do Pavulagem (8401-8286)

quinta-feira, 24 de março de 2011

Dados sobre consumo consciente e recursos hídricos

Na noite de ontem (23), o Instituto Arraial do Pavulagem promoveu  um diálogo sobre cultura popular e natureza no 'Seminário Cultura e Meio Ambiente'. O evento foi realizado ao lado da sede do Instituto, no prédio do Sindicato do Auditores da Receita Federal do Estado do Pará (Sindifisco), como parte das atividades da programação do Cordão do Peixe-Boi, o cortejo de cultura popular e educação ambiental da entidade. Dois convidados da ONG Novo Encanto participaram do debate com o público: o especilaista em Recursos Hídricos Marcello Aponte e  a sociólga, especiailsta em Educação Ambiental e Coordenadora Regional da Novo Encanto na Amazônia Oriental, Conceição Baía.

Pra você que não participou  (e para os que marcaram presença também), os números e materiais exibidos foram  gentilmente cedidos pelos palesrantes. E o Arraial do Saber disponibiliza tudo para download.  Basta clicar no título da palestra para baixar o arquivo.

 Água e a Sustentabilidade - Marcello Aponte, ONG Novo Encanto

Consumo Sustentável - Conceição Baía, Novo Encanto



OBS.: A coordenadora do Grupo de Estudos sobre Educação, Cultura e Meio Ambiente , Marilena Loureiro da Silva, da UFPA, que falaria sobre o papel da cultura na construção de um novo olhar sobre o meio ambiente,  teve um imprevisto na Universidade e não participou do evento.

Instituto Arraial do Pavulagem prepara crianças e adolescentes para o Cordão do Peixe-Boi


Fotos: Yorranna Oliveira


Desde a semana passada, sempre nas manhãs de terças e quintas, mais de 100 crianças e adolescentes, do Colégio Dom Mário, no bairro da Cidade velha em Belém, se preparam para participar do Cordão do Peixe-Boi, o cortejo de cultura popular e meio ambiente realizado pelo Instituto Arraial do Pavulagem. As atividades ocorrem através de um projeto da escola, a Resenha Literária, que este ano tem como tema a questão ambiental, e a parceria do Instituto. Além das oficinas de canto, os alunos também participam de uma oficina de confecção de adereço, promovida aos sábados pelo cenógrafo Luís Girard, para construir mais precisamente um jacaré. O animal foi escolhido em votação pelos estudantes do maternal ao nono ano para representar o colégio durante o cortejo. 

O cronograma oficial do Cordão do Peixe-Boi começa com o “Brilho da Aurora” - uma espécie de alvorada, às 5 horas da manhã de domingo -, na Escadinha da Estação das Docas, regada à música acústica para celebrar o nascer do sol e esperar a chegada do brinquedo.


A concentração inicia às 7 horas na Escadinha, com saída prevista às 8 horas em direção ao Ver-o-Peso e retorno para a Praça dos Estivadores, onde haverá uma Roda Ancestral com a execução ritmos e danças de origem africana e indígena em comunhão com a nossa matriz ribeirinha. Na Praça dos Estivadores uma Feira de Produtos Orgânicos vai ser montada para esperar o público. Haverá ainda doação de 200 mudas de plantas de espécies frutíferas, como andiroba, açaí e ingá. O grupo Arraial do Pavulagem e convidados fazem o show de encerramento do cortejo, programado para 10 horas da manhã.


Confira nas fotos, a seguir, o que anda rolando por lá:

Allan Carvalho passando o som com a criançada

E a galerinha soltando a voz



E vamos aos primeiros acordes

Testando!

Todo mundo junto...

Pra cantar e dançar...

É isso aí, menina!

Em coro...

terça-feira, 22 de março de 2011

Cultura e meio ambiente em debate

 

Nesta quarta-feira, 23, o Instituto Arraial do Pavulagem abre as portas de sua sede no bairro da Campina, em Belém, para o público participar do Seminário Cultura e Meio Ambiente, às 19 horas. O evento integra as atividades preparatórias para o Cordão do Peixe-Boi 2011.

Desde fevereiro, o Instituto aquece os tambores para realizar o Cordão do Peixe-Boi no próximo dia 27 de março, cortejo de cultura popular e educação ambiental que inicia oficialmente a programação do ano inteiro da entidade. De lá pra cá, já ocorreram oficinas de percussão, onde os participantes aprenderam a tocar os mais variados instrumentos percussivos, como alfaias, onças e caixas de marabaixo, por exemplo, e executar os ritmos do Cordão: o samba de cacete, o pássaro, o carimbó e o bangüê, além de oficinas de dança e de técnicas circenses - para andar em pernas-de-pau. No dia 15 de março, as oficinas deram lugar aos ensaios e às cantações das músicas que serão tocadas ao longo de todo o cronograma montado para o cortejo deste ano.

O Seminário terá como convidados a professora Marilena Loureiro da Silva, coordenadora do Grupo de Estudos de Educação, Cultura e Meio Ambiente, da UFPA; o especialista em  Recursos Hídricos e pós-graduando em Educação Ambiental, Marcello Aponte, da ONG Novo Encanto, e a produtora cultural e Coordenadora Regional da Novo Encanto na Amazônia Oriental, Conceição Baía. Marilena vai abordar o papel da educação ambiental na construção de um novo olhar sobre a cultura e o meio ambiente. E os representantes da ONG  vão tratar da temática da água, em alusão ao Dia Mundial da Água, 22 de março. A Associação Novo Encanto de Desenvolvimento Ecológico é uma entidade ambientalista, sem fins lucrativos, fundada em 1990, na cidade do Rio de Janeiro, e atuante em vários estados do Brasil, entre eles o Pará. Ela tem como principal objetivo trabalhar pela vida e pela paz, promovendo a conscientização de que o ser humano deve se integrar à natureza, ao invés de dominá-la, trabalhando para substituir a relação de consumo agressivo pela comunhão com essa mesma natureza.

Criado em 2003 pelo Instituto Arraial do Pavulagem, o Cordão do Peixe-Boi levanta o estandarte da cultura popular em defesa do meio do ambiente. Inspirado nos antigos cordões de bicho, o símbolo da festa é o peixe-boi, um brinquedo construído para simbolizar a preocupação com a floresta, com a degradação ambiental, com a pesca predatória. O brinquedo chega de barco à Escadinha da Estação das Docas, em Belém. Como se emergisse das águas da Baía do Guajará, ele sobrevoa a multidão e traz das profundezas do rio a denúncia socioambiental. 

“O Seminário é o pensamento onde a filosofia do Peixe-Boi se expressa. É o momento de refletir, de pensar, onde a gente faz o diálogo entre a ciência e os saberes tradicionais. A gente procura trazer essa relação de troca, porque é daí que surge o conhecimento”, afirma Walter Figueiredo, produtor cultural do Instituto Arraial do Pavulagem.
Cordão do Peixe-Boi 2011
A 9ª edição do Cordão do Peixe-Boi sofreu modificações em 2011. Primeiro saiu do período carnavalesco para evitar comparações com a festa e tentar reverter distorções acumuladas com o tempo, como o consumo de bebida alcoólica. Os horários foram repensados: tudo vai começar e terminar cedo, para que as crianças e os idosos também participem do evento. E até o trajeto ganhou novos caminhos – o encerramento na Praça do Carmo será agora na Praça dos Estivadores, depois de percorrer parte do Ver-o-Peso e do Comércio. O cronograma oficial do cortejo começa com o “Brilho da Aurora”, uma alvorada às 5 horas da manhã de domingo, na Escadinha da Estação das Docas, regada à música acústica para celebrar o nascer do sol e esperar a chegada do brinquedo. Todas as canções da alvorada já estão disponíveis no blog do Instituto Arraial do Pavulagem.

A concentração do cortejo inicia às 7 horas na Escadinha, com saída prevista às 8 horas em direção ao Ver-o-Peso e retorno para a Praça dos Estivadores, onde haverá uma Roda Ancestral com a execução de ritmos e danças de origens africana e indígena, em conexão com a nossa matriz ribeirinha. Na Praça dos Estivadores uma Feira de Produtos Orgânicos vai ser montada para esperar o público. O grupo Arraial do Pavulagem e convidados fazem o show de encerramento do cortejo, programado para 10 horas da manhã. 



Serviço:
Seminário Cultura e Meio Ambiente
Data: 23 de março (quarta-feira)
Hora: 19 horas
Local: Instituto Arraial do Pavulagem
Endereço: Rua Boulevard Castilhos Franca, 738, em frente à Praça dos Estivadores, no bairro da Campina, Belém.
Contato para Imprensa: Yorranna Oliveira – Assessoria de Imprensa Instituto Arraial do Pavulagem (8401-8286)




segunda-feira, 21 de março de 2011

Cordão do Peixe-Boi 2011: Brilho da Aurora

A alvorada do dia 27 de março terá um brilho especial. É o "Brilho da Aurora", momento de celebração anterior ao Cordão do Peixe-Boi, realizado diante do nascer do sol.

Contando com repertório próprio e diferenciado, o "Brilho da Aurora" começa a partir das 5h, e está prevista para ocorrer  na Escadinha da Estação das Docas.

Segue a lista de músicas da alvorada "Brilho da Aurora":
- Para ouvir a música, basta clicar no botão no Play
- Para baixar a música para seu computador, basta clicar no Título da música

Alecrim, alecrim dourado
Que nasceu no campo
Sem ser semeado
Foi meu amor que disse assim
Que a flor do campo
Era o alecrim

Luz divina! Luz do dia!
Luz da aurora! Ilumina!
Esse brinquedo singelo
Que vem na embarcação
Para alegrar corações
Para alegrar a floresta
Cordão do mar é maré cheia
Vem raiando
O astro rei vem clareando a guajarina
Vem raiando o dia, vem
Vem raiando o dia, vem
Luz divina
Luz do dia
Luz da aurora
Ilumina

Canoa da manhã vem ver
As flores do Arari chegando
Vem no clarão do dia as cores
Pra enfeitar o meu cordão
No céu azul a claridade
Acende um novo amanhecer
A fonte da felicidade
Raiando, vem lá no horizonte
Vem ver a luz do sol radiante
A luz, divina luz clareando

Quem galopa no mar é o cavalo marinho
Em noites de lua, em dias de sol
Trazendo cantigas nas horas serenas
Das três Madalenas que moram no mar
Onde verde, onda verde!
Galopa cavalo marinho
Cavalinho das marés
Galopando pelas cores do arco-íris
Faz galope pelas cores do arco-íris
Cavalo do mar, cavalo marinho

Clareia, clareia
Clareia o meu lugar
Vem da noite a água serena
Que perfuma a beira-mar
Trago meus pingos dourados
Pra alegrar a manhã
Todos meninos sagrados
Flor do amanhã

Eu mandei buscar no mato
Um cheirinho de amor
Linda moreninha voltou
Carregando flor
Eu mandei buscar no mato
Um cheirinho de flor
Linda moreninha voltou
Carregando amor
Flor, ei flor! Ei, flor! Ei, flor!

Ouro branco raro
Oh, maninha
Venha receber
É a luz da lua de prata
Pra te guarnecer

Vida enverga em porto, eia ôh!
Vim abarcar vida, eia ôh!
Eia, o barco em nó que se espraia
Doma da vida, eia ôh!

Cordão do Peixe-Boi 2011: Roda Cantada

Conheça as músicas do repertório da já tradicional Roda Cantada, momento que precede os arrastões promovidos pelo Instituto Arraial do Pavulagem.

A Roda Cantada na concentração para o cortejo, a partir das 7h na 'Escadinha', em frente ao Portão de Entrada da Estação das Docas.

Segue a lista de músicas da Roda Cantada:
- Para ouvir a música, basta clicar no botão no Play
- Para baixar a música para seu computador, basta clicar no Título da música

Aruê, aruê, aruê!
Aruê, aruê, aruá!
Bate o vento na roseira
Me leva pra Marudá
Minha mãe me deu uma calça
Uma calça de pano azul
Para dançar o carimbó
Fazer chorar quem tem amor

Esta chuva miúda
Batendo no rosto me faz sorrir
Deixa a chuva bonita, gostosa
De pressa com força cair
Lá no Norte quando chove
É uma festa sim senhor
É mesmo que a volta
Do nosso perdido amor
Deixa a casa e vou ao campo
Deixa a chuva me molhar
É bonito, tão bonito
Ver a roça esverdejar
Ver depois todas as flores
Que a poeira castigou
Tão se abrindo de mansinho
É bonito sim senhor

Ciranda, ciranda da beira da praia
Arraia, espardate, cavalo marinho
Meninos de barro, ô aro da lua
Eu vou pelos rios florindo taperas
Pois é na floresta que eu vivo cantando
Dançando ciranda, bailando, pois é
O verde exala em torno de mim
Um cheiro suave de patchuli

Naquele quadro pintado
As cores cá da floresta
A festa do Marajó
É quando nasce uma estrela
No céu, no céu, no céu azul resplandece
A luna, a luna, a luna prata meu mano
O ano inteiro eu balanço
Na dança lá da barreira
Eu sou canoa Gizela
Irmã do vento e da aurora
Na hora que eu te vejo
Desejo teu beijo flora (2ª mana) (3ª agora)

Lá na casa da Rosélia tem pé de manjericão
Tem roseira perfumada tem papoula e agrião
Quando o vento da campina vem chegando balanceia
Perfumeia a brisa leve, brisa leve perfumeia
Corre maninha vem essa Ana flor do galho
No jardim flor do querer serenando, serenando
Perfume suave, perfume tão doce

Não jogue lixo no chão, chão é pra plantar semente
Pra dar o bendito fruto pra alimentação da gente
O peixe que sai do rio o amor que sai do peito
Água limpa da fonte, um sentimento perfeito
A terra que tudo cria não pede nada demais
Ser tratada com carinho para vigorar a paz
Não jogue lixo no chão nem rios, lagos e mares
A Terra é nossa morada onde habitam nossos pares
A natureza é quem cria o amor imediatamente
Milagre que faz a vida, bendito fruto do ventre
Se queres sabedoria, aprenda isto de cor
A Terra é a mãe da vida, útero, ventre maior

Secundina vai, eu lá não vou
No jardim do rei apanhar flor
Apanhar flor, apanhar flor
No jardim do rei apanhar flor

Na praia do Itatinga ia morrendo de sede
Uma moça me deu água na rama da in’salsa verde
Salsa verde na panela é tempero natural
Quem tem sua amor, moreno vem aqui pra namorar
Quando eu saí chibui todo mundo duvidou
Quando eu saí com ele todo mundo acreditou
Cajueiro pequenino carregadinho de flor
Eu também sou pequenino carregadinho de amor

Larga essa peixeira Zé
Pega na enxada que a chuva já vem pra cá
Vamos cuidar dessa terra que é nossa
Eu sei que plantando ela dá
Olha pras nuvens de Deus
No céu se enfeitando e a chuva formando acolá
Vamos plantar a semente do bem
Deixando o ódio pra lá
Se a chuva cai, brota a semente
E a planta nasce, não morre gente
Ninguém procura fugir da roça
E uma palhoça é um palacete pra gente
Olha pro céu se enfeitando
Vamos pedir pra não ser temporal
O pouco, por Deus, é fartura
Joga fora a semente do mal

quarta-feira, 16 de março de 2011

Ê, peixe-boi!

Confiram as fotos do primeiro dia dos ensaios para o Cordão do Peixe-Boi 2011, o cortejo de rua do Instituto Arraial do Pavulagem que será realizado no dia 27 de março. Teve também oficina de canto com os músicos Allan Carvalho e Ricardo Aquino, na sede do Instituto, localizada no bairro da Campina em Belém, em frente à Praça dos Estivadores.

Fotos: Chiara Campos

Oficina de canto

Ensaios de percussão

Ricardo Aquino - Oficina de canto

Pernas-de-pau durante os ensaios para o Cordão do Pexei-Boi  2011

Pernas -de-pau com o instrutor (no chão) Emerson de Souza.

Ensaio dos integrantes da percussão

Oficina de canto - aprendendo a cantar as músicas tocadas no Cordão do Peixe-Boi

Allan Carvalho - durante oficina de canto

terça-feira, 15 de março de 2011

Cultura popular e educação ambiental na Amazônia


Peixe-Boi na Escadinha da Estação das Docas  (Foto: Alexandre Nascimento)

Nesta terça-feira (15), o Instituto Arraial do Pavulagem retoma as atividades para o 9º Cordão do Peixe-Boi, com o início dos ensaios de dança, percussão e artes circenses que vão até o dia 25 de março, em frente à sede do Instituto, no bairro da Campina em Belém. O Cordão é um cortejo de cultura popular, criado em 2003, que abre a programação anual do Instituto Arraial do Pavulagem. 

Em 2011, o Cordão do Peixe-Boi completa nove anos de reflexão sobre o papel do homem e da cultura popular diante da natureza. Nove anos de exercício de cidadania cultural e ambiental na Amazônia, que ganham vida na figura do peixe-boi, um brinquedo construído para simbolizar a preocupação com o meio ambiente. O brinquedo vem da Praça Princesa Isabel, trazido de barco pelas águas da Baía do Guajará até a Escadinha da Estação das Docas e segue pelo Centro Histórico da cidade e deságua, a partir deste ano, na Praça dos Estivadores, no bairro da Campina. 

O peixe-boi emerge do rio, sobrevoando e guarnecendo a multidão, que o acolhe na chegada à orla de Belém. O brinquedo carrega com ele a denúncia da degradação ambiental, como a caça predatória, a poluição dos rios, o desmatamento, entre outras ações do homem. 

“Ele surgiu como uma necessidade de trabalhar um ciclo de atividades para o ano inteiro. Ao longo dos nossos cortejos de junho, começamos a perceber a história do lixo ficando, da bebida, do espaço da criança, do idoso. Então a gente criou um brinquedo que ia considerar o ser humano e o planeta como prioridades, de como  gente pode acrescentar na cultura as humanidades, o conceito de  responsabilidade ambiental”, explica o músico e pesquisador cultural Ronaldo Silva, do Instituto Arraial do Pavulagem.

Retorno às origens
Depois de oito anos, o Cordão do Peixe-Boi foi retirado do período carnavalesco. O evento em 2011 será realizado no dia 27 de março - uma estratégia adotada pelo Instituto para evitar comparações com o Carnaval e com a proposta cultural da festa. “Nós nunca fomos um projeto de Carnaval”, reitera Ronaldo Silva. Numa tentativa de superar as distorções vinculadas ao cortejo ao longo do tempo, sem perder a qualidade da festa, o Instituto levantou o estandarte da cultura popular contra o consumo de bebida alcoólica, por exemplo. “Ele é um espaço de educação cultural e não pode ter bebida”, opina Walter Figueiredo, produtor dos cortejos do Instituto. 

Segundo os organizadores do Cordão, mudar a data e até mesmo o horário do tradicional evento do Instituto Arraial do Pavulagem, não pode nem ser classificado como uma mudança. Mas, sim, uma atitude de preservação da própria essência do projeto. 


“Precisamos fazer uma diferença entre a alegria e o delírio. A bebida não pode ser comparada com exercício cultural, ela deixa uma atmosfera de inviabilidade social. Por isso vamos acionar o poder público para pedir uma orientação de conduta, para utilizarmos a Praça dos Estivadores sem a presença da bebida, pedir um auxílio para continuarmos melhorando a nossa ação”, adianta Ronaldo.

O incômodo com as dissonâncias acumuladas no decorrer dos anos tem sido motivo de reflexão entre os colaboradores e participantes do Instituto. A preocupação em manter o cortejo como um espaço para a família, para o cuidado com o outro e com o planeta, levou a se repensar até mesmo o trajeto da edição de 2011 e dos próximos anos. 

“O que está em jogo aqui é preservar a experiência do Cordão como algo bom. A gente precisa deixar claro, para a sociedade e para as pessoas que têm carinho pelo Arraial, que nós não estamos de acordo com a utilização do espaço público com irresponsabilidade. Somos uma escola sem paredes e a cultura precisa estar sintonizada com a educação, com a geração de renda, com a tranquilidade. Tiramos o brinquedo de um período em que o poder público está cheio de demandas de todos os lados, para manter as relações dentro de um nível civilizado”, avalia Silva. 

A concentração do Cordão do Peixe-Boi 2011 começa às 7h na Escadinha da Estação das Docas. Mas quem acordar mais cedo, poderá acompanhar ainda o “Brilho da Aurora”, uma alvorada repleta de muita música, organizada pelo Instituto às 5 horas, prevista para ocorrer também na Escadinha. O grupo Arraial do Pavulagem e convidados se apresentam logo após a chegada do cortejo à Praça dos Estivadores, programada para às 10 horas.

Acompanhe o cronograma do evento:

5h
ALVORADA – “BRILHO DA AURORA”
7h
CONCENTRAÇÃO NA ESCADINHA
8h
CHEGADA DO BARCO “ACOLHIMENTO”
8h
SAÍDA DO CORTEJO
10h
CHEGADA À PRAÇA DOS ESTIVADORES/RODA ANCESTRAL
10h
SHOW COM ARRAIAL DO PAVULAGEM E CONVIDADOS
12h
ENCERRAMENTO

Veja o novo percurso do cortejo no mapa abaixo (nossa proposta encaminhada para a CTbel, falta bater o martelo final sobre a viabilidade!):
Fonte: Google 

Legenda:
Concentração do cortejo: Escadinha da Estação das Docas (Praça Pedro Teixeira)
Trajeto/Ida: Boulevard Castilhos França – Avenida Portugal
Trajeto/Volta: Avenida Portugal – Rua 15 de novembro - Rua Gaspar Viana – Travessa Frutuoso Guimarães – Boulevard Castilhos França
Chegada: Praça dos Estivadores  
  
Texto: Assessoria de Imprensa Instituto Arraial do Pavulagem