segunda-feira, 27 de junho de 2011

O primeiro Arrastão a gente nunca esquece!




 O pequeno Gabriel talvez seja um barriqueiro no futuro. Com 3 anos de idade, ele já tratou de se iniciar no instrumento, ali mesmo na concentração do 3º Arrastão do Pavulagem de 2011, realizado no último domingo, 26 de junho. O menino, sob os olhos atentos do pai, foi pra cima das barricas do Batalhão da Estrela e começou a batucar. O pai registrava todos os momentos do filho. “É o primeiro Arrastão dele”, dizia.

Gabriel e as barricas
Mas Gabriel não era o único novato no Arrastão do Pavulagem. A Maria Luiza, de 6 meses, já virou brincante no colo da mãe, a bancária paraense Kise Sousa, de 30 anos. Kise, aliás, também é ‘pavuleira’ de primeira viagem.  E a bancária já queria aprender a andar na perna-de-pau. “Mas tem oficina pra quem não sabe andar?”, ela perguntava.  E adiantou que vai fazer assim que abrirem novas inscrições para a oficina de artes circenses. “Eu achei legal, eu vou fazer”, afirmava.

Kise e a filha Maria Luiza

Os pernas-de-pau que encantaram a bancária Kise
Em 2011, a técnica de enfermagem conseguiu driblar os plantões e ter uma folguinha para participar dos cortejos do Arraial do Pavulagem. Aos 34 anos, a belenense do bairro do Telégrafo, se programou para acompanhar todos os quatros arrastões do mês de junho. “Já estou desde o primeiro, e com muito pique. Eu já conhecia o Arraial, porque meu irmão e minha cunhada tocam, mas nunca tive oportunidade de participar”, explicava Cleide, entre passinhos de dança num sol escaldante e um adereço nas mãos.

 Cleide Fonseca se preparando para sair no cortejo
Os irmãos Marcos Lohan e Lorraine vêm desde bebezinhos para os folguedos do Arraial. Mas estreiam na ala feita só para a criançada, o setor dos cavalinhos. Os dois estavam lá se divertindo no meio da garotada e dos novos coleguinhas. A mãe, com a máquina fotográfica em punho, clicava tudo. “Eles gostam do movimento”, resumia Vanessa Oliveira, paraense de Belém do Pará, que teve os filhos no Rio de Janeiro, mas veio criá-los na terra natal.

Pequenos pavuleiros, os irmãos Maros Lohan e Lorraine
Criançada também brinca no folguedo
Arrastão do Pavulagem –
Pelo terceiro domingo consecutivo o Arraial do Pavulagem saiu às ruas da capital paraense para celebrar 25 anos de ações de cultura popular na Amazônia. O Arrastão do Boi Pavulagem representa a quadra junina e levou cerca de 15 mil pessoas, segundo estimativas da Guarda Municipal de Belém, para a Praça da República, onde o cortejo terminou com um show da banda Arraial do Pavulagem  e a participação de artistas como o pequeno Lucas, do Boi Malhadinho, do bairro do Guamá; a poesia de Mestre Apollo, de Caratatetua, no Distrito de Outeiro; o músico Allan Carvalho e a cantora Nazaré Pereira. 

Bois Pavulagem (azul) e Malhadinho na av. Presidente Vargas


O Arrastão do Pavulagem tem patrocínio da VIVO, através da Lei Semear, da Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves, Secretaria de Estado de Cultura e Governo do Pará. O evento conta ainda com o apoio da Prefeitura de Belém e da Musikart Produções. O Arraial do Pavulagem agora também faz do programa CONEXÃO VIVO, composto por mais de uma centena de projetos musicais de todo o Brasil. O programa reúne shows, festivais independentes, gravação de CDs e DVDs, produção de videoclipes, programas de rádio, oficinas e seminários que compõem uma rede nacional e permanente de atividades culturais envolvendo artistas, gestores e produtores culturais, iniciativas públicas e privadas. 

Praça da República tomada pela multidão
No próximo domingo, 3 de julho, o Arraial do Pavulagem encerra a quadra junina com a derrubada dos mastros de São João, erguidos na praça da República no primeiro domingo do folguedo. O evento começa às 9 horas, com uma roda cantada na concentração do evento, na Praça dos Estivadores, localizada na rua Boulevard Castilhos França, esquina com a avenida Presidente Vargas. Em seguida, o cortejo percorre a Presidente Vargas até a Praça da República. 

Texto e Fotos: Yorranna Oliveira

sábado, 25 de junho de 2011

3º Arrastão do Pavulagem de 2011



NESTE DOMINGO, 26 DE JUNHO, TEM O PENÚLTIMO ARRASTÃO DO PAVULAGEM. A CONCENTRAÇÃO DO CORTEJO COMEÇA ÀS 9 HORAS, NA PRAÇA DOS ESTIVADORES, LOCALIZADA NA RUA BOULEVARD CASTILHOS FRANÇA, ESQUINA COM A AVENIDA PRESIDENTE VARGAS.
BAIRRO DA CAMPINA, BELÉM - PARÁ - BRASIL

terça-feira, 21 de junho de 2011

Chamou pavulagem, vaqueiro?

Fotos: Elcimar Neves
 

A terra treme quando o Arrastão do Pavulagem passa. É um tremor que vem da energia e da vibração de quem participa dessa grande festa da cultura popular paraense. Todo domingo, até 3 de julho, vai ser assim,  uma explosão de alegria, cor e música pelas ruas da cidade, levando milhares de pessoas a acompanharem o cortejo pela avenida Presidente Vargas, no centro de Belém, ao som de carimbó, quadrilha e boi-bumbá. O evento termina na Praça da República com o show da banda Arraial do Pavulagem e convidados. A concentração começa a partir das 9 horas, na Praça dos Estivadores, na rua Boulevard Castilhos França, em frente à Estação das Docas. 


Roda cantada na concentração do cortejo

Em 2011, o Arraial do Pavulagem completa 25 anos de atividades culturais na Amazônia e celebra essa história com o Arrastão do Boi Pavulagem, que este ano tem patrocínio da VIVO, através da Lei Semear, da Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves, Secretaria de Estado de Cultura de Governo do Pará. Além disso, o Arraial agora faz parte do programa CONEXÃO VIVO, integrando uma rede composta por mais de cem projetos musicais de todo o Brasil, dialogando e se conectando a um mecanismo inédito de fomento à produção cultural para aproximar toda a comunidade, artistas e produtores em prol do desenvolvimento cultural do país.

Cortejo subindo a avenida Presidente Vargas

No último domingo, 19 de junho, cerca de quatro mil pessoas percorreram a avenida Presidente Vargas ao lado do Batalhão da Estrela e do Boi Pavulagem. O Batalhão é uma comitiva formada em média por 500 brincantes, como dançarinos, pernas-de-pau, percussionistas, cavalinhos, cabeçudos, entre outros participantes. A maioria deles se prepara por quase 30 dias em oficinas e ensaios gratuitos de canto popular, dança, artes circenses e percussão, ministradas por educadores do Instituto Arraial do Pavulagem, uma ONG criada em 2003 pelos músicos do Arraial. 

Criançada na ala dos cavalinhos

A aposentada Sônia Santos, de 62 anos, foi conferir o desempenho do neto, João Pedro, 8 anos. O pequeno João sai  em um dos cavalinho da ala das crianças desde os 4 anos de idade.  “Eu trouxe pra ele dar uma olhada e ele gostou. Agora toda a vez que chega a época ele já convida”, diz.

Bonecos cabeçucos, cultura popular da Amazônia


O Batalhão da Estrela dá ritmo, movimento e vida ao Arrastão, ao mesclar-se com os símbolos da festa: o Boi Pavulagem, os vaqueiros, os bonecos cabeçudos, os mastros de São João erguidos na Praça da República no primeiro domingo do cortejo. Esses elementos se recombinam a bandeiras e estandartes, e aos tradicionais bois convidados para a festa, como os bois ‘Boi Malhadinho’, do Guamá; e ‘Orube’, do Conjunto Satélite. 

Músico da orquestra de metais

O ‘Boi Moleque’, do município de Ponta de Pedras, no interior do Pará, também marcou presença no folguedo. Além dele, Mestre Cardoso, guardião do ‘Boi Ouro Fino’, prestigiou o Arrastão e participou do show da banda Arraial do Pavulagem com suas toadas de boi que encantam adultos e crianças. “Eu sinto uma emoção, me sinto satisfeito”, afirmou, ao se referir aos convites anuais do Arraial do Pavulagem para ter o Mestre no cortejo.

Som que contagia
Quando os músicos do Batalhão da Estrela começam a tocar, o ritmo frenético dos instrumentos penetra o corpo e traduz em movimentos a sonoridade que vem do Batalhão. E em poucos minutos, esses movimentos ganham adeptos involuntários, porque o corpo simplesmente não consegue resistir ao batuque. 

Percussionistas do Batalhão da Estrela

Integrantes do Batalhão da Estrela na avenida Presidente Vargas


A estudante de Nutrição Raquel Carvalho, 30, há quatro anos se deixa levar pelo ritmo do Batalhão. Segundo ela, a emoção das pessoas acaba contagiando todos ao redor. “É a energia e que eles continuem nessa vibração, nessa garra que é muito boa”, desejava Raquel.


Cortejo atravessando o centro de Belém

Há sete anos, desde que o casal Sílvio e Flávio Lopes se conheceu, dia de domingo de junho é no Arrastão do Pavulagem. E a dupla ganhou uma companheira mirim, a filha Sofia, de 3 anos, que já acompanhava na barriga da mãe as folias do Pavulagem. Os olhos de Sofia não tinham tempo para desviar a atenção do cortejo. Eles observavam cada detalhe lá do alto do colo do pai de Sofia. E a menina ainda cantava todas as músicas executadas pelo Batalhão da Estrela.

Pernas de pau do Batalhão da Estrela, magia do circo no folguedo
“Eu só tenho a parabenizar o Arraial, que essa força não acabe nunca. Ele é um ícone da cultura do nosso estado, acho que talvez seja a maior manifestação cultura de Belém hoje”, acredita o coordenador comercial. 

Participações especiais
O Arrastão do Pavulagem saiu às 10h30 da Praça dos Estivadores em Belém e durante um hora percorreu a avenida Presidente Vargas até o destino: a Praça da República. E já havia uma plateia à espera do show da banda Arraial do Pavulagem, que começaria logo após a chedada do cortejo.  

O repertório da banda foi diversificado, mesclando antigas e novas canções e vários ritmos, como xote, carimbó, retumbão, quadrilha, toadas de boi, e contou ainda com participação de artistas da terra, como a cantora Luê Soares, a primeira a se apresentar, com a música ‘Nós Dois’, de Ronaldo Silva e Júnior Soares. Nos bastidores, enquanto aguardava ser chamada, Luê vibrava com a alegria do público que cantava, dançava e pulava a cada música. “Lindo, lindo”, ela dizia, mesmo sendo suspeitíssima para falar, já que um dos fundadores do Pavulagem é seu pai, o músico Júnior Soares.


Mestre Cardoso, guardião do Boi Ouro Fino, de Ourém (PA)

Hellen Patrícia, vocalista da banda Cheiro Verde, também deu uma canja no palco ao cantar “Esse rio é minha rua”, homenagem ao carimbó de Paulo André e Ruy Barata. “É uma alegria imensa estar aqui. Vida longa ao Arraial do Pavulagem. Meu filho de 13 anos vem para todos os arrastões. Desejo mais sucesso ainda ao Arraial, cultivar a nossa cultura é muito importante e eles são essenciais pra isso”, opinou a cantora.

Público durante 'Inciais BP', tradiconal canção do Arraial do Pavulagem

Os artistas Mestre Cardoso, Allan Carvalho e Mestre Apollo, Henrique Sena e Lúcio Mousinho participaram na sequência. O Arraial do Pavulagem encerrou o Arrastão com “Iniciais BP”, um clássico da banda tocado todos os anos, em todos os cortejos e que sempre faz a multidão, estimada em mais de 15 mil pessoas, delirar, jogando o chapéu de palha com fitas coloridas para o alto e enchendo de cor a paisagem.

Apoios e Parcerias:
O Arrastão do Pavulagem é um dos três cortejos culturais desenvolvidos pelo Instituto e pelo grupo Arraial do Pavulagem. Além dos patrocinadores, ele vai para a rua mais uma vez graças ao apoio e a parceira de diversas entidades e órgãos, entre eles:
Projeto Música para Todos II, por meio da Musikart Produções Culturais; Sindifisco; EntreAtos Companhia de ArtesServiço de Atendimento Médico de Emergência e Resgate (Samer); Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará; Polícia Militar;  Fundação Cultural do Município de Belém – (FUMBEL); Secretaria Municipal de Economia (SECON); Secretaria Municipal de Saneamento (SESAN); Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMMA); Companhia de Transportes do Município de Belém (CTBel), Guarda Municipal de Belém; Prefeitura de Belém.


segunda-feira, 20 de junho de 2011

Cor e alegria pelas ruas de Belém.

Pra você que foi ou deixou de ir para o 2º Arrastão do Boi Pavulagem, confira as imagens do evento realizado no último domingo, 19 de junho. Fotos: Yorranna Oliveira.


 



segunda-feira, 13 de junho de 2011

Pavulagem do nosso coração

Boi Pavulagem na Avenida Presidente Vargas/Foto: Alexandre Yuri Nascimento

Caminhe por Belém do Pará durante as manhãs de domingo do mês de junho. Você vai ver a paisagem ganhar um pouco mais de cor, música e alegria. As pessoas estão enfeitadas, usam chapéus de palha cheios de fitas coloridas. Elas surgem de todos os cantos: a pé, de carro, ônibus, de bicicleta, skate. Chegam sozinhas, acompanhadas, às vezes até com a família inteira. São de Belém, do interior do Pará, de outras partes do Brasil. Algumas estão ali pela primeira vez, outras não se cansam de acompanhar o Arrastão do Boi Pavulagem. O mais antigo cortejo de cultura popular do grupo Arraial do Pavulagem saiu pela ruas da cidade no último domingo (12), celebrando 25 anos de ações culturais na Amazônia.

“Foi muito lindo, participei pela primeira vez”, disse o estudante Luís Caldas, de 20 anos. Luís saiu no Batalhão da Estrela tocando barrica, depois de passar quase 30 dias entre ensaios e oficinas de percussão realizados pelo Instituto Arraial do Pavulagem. “Eu gosto do estilo, do batuque do Arraial. Desde moleque escuto falar. Com 15 anos comecei a ir pros Arrastões. E só agora pude participar das oficinas e sair no Batalhão. O bom é que você conhece os instrumentos, os ritmos, a história de cada um deles, você está aprendendo sempre”.

Cortejo na Praça da República/Foto: Alexandre Yurii Nascimento

O evento começou por volta das 9 horas, com a tradicional roda cantada na concentração do folguedo na Escadinha do Cais da Estação das Docas. O músico Allan Carvalho e os integrantes do Batalhão da Estrela animaram o público com músicas em ritmo de carimbó, xote, boi-bumbá e quadrilha, enquanto todos aguardavam a chegada do barco que traria os mastros de São João e os bois Pavulagem, Orube e Malhadinho para a saída do Arrastão rumo à Praça da República. 

Logo após o desembarque dos bois e dos mastros em terra firme, o Arrastão do Pavulagem subiu a avenida Presidente Vargas. O trajeto ficou tomado por milhares de pessoas fotografando, cantando e dançando junto ao Batalhão da Estrela – uma comitiva formada por integrantes da orquestra de metais, bonecos cabeçudos, crianças em cavalinhos, senhoras com estandartes e bandeiras dos santos juninos, percussionistas, dançarinos, pernas de pau, músicos do Arraial do Pavulagem, crianças e adolescentes do projeto Orube de Art e Educação, que trouxe do Satélite o Boi Orube. 

Público na Praça da República durante show do Arraial do Pavulagem/Foto: Debóra Flor
Os brincantes se divertiram ainda com as apresentações do Boi Malhadinho e do símbolo da festa: o Boi Pavulagem, além dos mastros de São João, carregados por homens e mulheres do Grupo de Carimbó Sancari, fazendo a alegria dos participantes. Os mastros foram erguidos na Praça da República e só serão retirados no dia 3 de julho, último domingo do Arrastão do Pavulagem, marcando o encerramento da quadra junina amazônica feita pelo Arraial.

 “Nos divertimos muito. O Pavulagem sempre esteve presente no nosso namoro”, disse o casal Kenny Teixeira e Maurício Paz, de 28 e 27 anos. Kenny e Maurício namoram há dois anos e foram comemorar o Dias dos Namorados no Arraial. “Foi depois de um cortejo em junho de 2008 que de fato o namoro começou. Nesse mesmo ano, passando de ônibus em frente ao Centur, descemos correndo pra ver o ensaio, coisa de doido”, lembrou Maurício.

Ronaldo Silva e Júnior Soares, fundadores do Arraial do Pavulagem/Foto: Debóra Flor

Tecnologia a serviço da conexão
Todo o cortejo foi transmitido online através da internet 3G da VIVO, patrocinadora oficial do Arrastão do Pavulagem 2011, por meio da Lei Semear, da Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves, Secult e Governo do Pará.  O mecanismo permitiu que mais de cem pessoas pudessem se conectar ao Arraial e acompanhar de longe cada momento. “Se não fosse pela transmissão, eu nem via”, afirmou o jovem Yan Santos pelo twitter. Yan teve de ajudar na organização de um evento cultural na casa de amigos, de onde conseguiu ver tudo pela internet.

 “Não me considero fã, mas sim amante. Fã é aquele que vai a alguns arrastões perto de casa. Eu ajudo a construir essa história. E tenho tantos shows no meu currículo que dá para fazer um livro contando a emoção de todos. Sempre fui aos shows, às vezes dançava, outras vezes ficava olhando para o violão do Júnior Soares. Como sou músico, comecei a cifrar as músicas e postar na web em sites para quem gosta de tocar, postando nas comunidades do Arraial”, explica Yan.

Agora, o Arraial do Pavulagem integra o programa CONEXÃO VIVO. Mais de uma centena de projetos musicais de todo o país fazem parte do programa, que reúne shows, festivais independentes, gravação de CDs e DVDs, produção de videoclipes, programas de rádio, oficinas e seminários que compõem uma rede nacional e permanente de atividades culturais envolvendo artistas, gestores e produtores culturais, iniciativas públicas e privadas.

Gaby Amarantos em participação no show do Arraial do Pavulagem/Foto de Débora Flor
O CONEXÃO VIVO realiza ao longo do ano um circuito próprio de eventos onde toda essa diversidade de ações ocorre conjuntamente. Além disso, o programa também está presente em muitas das mais importantes iniciativas da cena musical brasileira, seja com o patrocínio de projetos ou parcerias artísticas em eventos de destaque no calendário nacional, e outros festivais independentes.

Os cantores Gaby Amarantos e Ivan Cardoso, artistas do CONEXÃO, participaram do show do grupo Arraial do Pavulagem, iniciado após a cerimônia de levantamento dos mastros de São João na Praça da República. Diva do tecnomelody, Gaby foi a primeira a se apresentar, cantando a música ‘Merengue Latino’. A composição é do músico Ronaldo Silva, um dos fundadores do Arraial, e compõe o repertório do novo disco de Gaby Amarantos. “O babado aqui é forte”, comentou a cantora ao se referir à energia contagiante do público. 

Até 3 de julho tem mais Arraial do Pavulagem. Todos os domingos, a partir das 9 horas na Praça dos Estivadores, em frente à Estação das Docas, esquina com a Avenida Presidente Vargas, em Belém do Pará, Amazônia Brasil!

sábado, 11 de junho de 2011

Amores do Arraial


Domingo, 12 de junho, não é apenas a data em que começa o Arrastão do Pavulagem deste ano. Domingo é também Dia dos Namorados. E o Arraial não poderia deixar de compartilhar as histórias de amor que surgiram em meio aos nossos cortejos, ao som de uma música pavuleira. Amores entrelaçados pelo Arraial do Pavulagem. Foi por isso que nós incentivamos os internautas a mandarem seus romances para o nosso email, o imprensa@arraialdopavulagem.com.br. Agradecemos a todos os casais que toparam a ideia. E convidamos  você, leitor, a conhecer a história da Genilza e do Marco.

 

Em 2004, no encerramento do Seminário Cultural da Amazônia, que terminaria com um arrastão do Arraial do Pavulagem, eu a encontrei no meio da multidão que estava e ela finalmente pôde me apresentar o tal amigo. Segundo ela tinha tudo a ver comigo.Já na apresentação houve interesse a primeira vista. Trocamos algumas palavras e logo depois ao som do Arraial e sob a famosa chuva da tarde de Belém aconteceu o nosso primeiro beijo. Ficamos juntos até o término do arrastão. Porém, por motivos que não lembro no momento, não trocamos os números de telefone.

Alguns dias depois eu o encontrei na Ufpa com uma amiga, e pensei que ela era a namorada dele e o tratei friamente. Ele, por sua vez, pensou que a minha frieza queria dizer que eu não queria nada com ele, e decidiu se afastar. Em setembro de 2005 nos reencontramos na Feira do Livro e relembramos aquele dia no arrastão do Arraial, que havia sido tão maravilhoso. Percebemos que ainda havia interesse mútuo um pelo outro e não perdemos mais tempo, começamos a namorano dia 21/09/2005.

O interesse em pouco tempo transformou-se em amor e desde então estamos juntos e sempre que podemos vamos aos arrastões do Arraial que se transformou em um símbolo do nosso amor.

No dia 12/06/2010 oficializamos nossa união no civil e no religioso. Para relembrar o dia que nos conhecemos, fizemos questão de fazer o bolo de casamento e os noivinhos alusivos ao Arraial do Pavulagem. Ficou lindo, nossos convidados adoraram. Para completar a festa nossa tia nos presenteou com uma grata surpresa: ela convidou alguns integrantes do Batalhão da Estrela que tocaram e dançaram no nosso casamento. Foi a surpresa mais maravilhosa e inesquecível que podíamos ter recebido.


 

E este ano, dia 12 de junho, nosso casamento estará fazendo bodas de papel. Ou seja: um ano de casados e adivinhem onde iremos comemorar???????Com certeza no 1º arrastão do Arraial do Pavulagem.

P.S: A Mariza Luz, nossa amiga em comum, foi convidada para ser uma das madrinhas do casamento e aceitou com muita satisfação.

Beijos para todos.
Genilza Soares.   


Saiba mais detalhes sobre o Arrastão do Pavulagem em http://www.arraialdopavulagem.com.br/
                                          

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Vivo, patrocinadora oficial do Arrastão do Pavulagem!


O Arraial do Pavulagem está em clima de comemoração por seus 25 anos de cultura popular na Amazônia. E o Arraial celebra mais de duas décadas de história com o Arrastão do Pavulagem, nosso mais antigo cortejo de cultura popular que representa a quadra junina. E este ano, o Arraial do Pavulagem é patrocinado pela VIVO, através da Lei Semear, da Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves e Secretaria de Estado de Cultura (Secult). Além disso, o Arraial passa a integrar o programa CONEXÃO VIVO. 

O CONEXÃO VIVO foi criado em 2001 para reconhecer, valorizar e potencializar os talentos musicais, além de promover a formação do público e a integração cultural. O projeto oferece formação artística e de gestão e produção nas cidades por onde circula, tendo como essência os conceitos de celebração, formação, articulação, intercâmbio, universalidade e a diversidade. 

Assim como o Arraial do Pavulagem, mais de uma centena de projetos musicais de todo o país fazem parte do Programa CONEXÃO VIVO, que reúne shows, festivais independentes, gravação de CDs e DVDs, produção de videoclipes, programas de rádio, oficinas e seminários que compõem uma rede nacional e permanente de atividades culturais envolvendo artistas, gestores e produtores culturais, iniciativas públicas e privadas.

O CONEXÃO VIVO  realiza ao longo do ano um circuito próprio de eventos onde toda essa diversidade de ações ocorre conjuntamente. Além disso, o programa também está presente em muitas das mais importantes iniciativas da cena musical brasileira, seja com o patrocínio de projetos ou parcerias artísticas em eventos de destaque no calendário nacional, e outros festivais independentes.

A construção e articulação de redes culturais nacionais, em diferentes segmentos artísticos, é o foco da Política Cultura da Vivo, que tem no CONEXÃO VIVO uma de suas principais iniciativas. Detalhes sobre as outras linhas de atuação e sobre as formas de participação nos Programas Culturais Vivo estão disponíveis no www.vivo.com.br/cultura. E para saber mais sobre o CONEXÃO VIVO, acesse o portal www.conexaovivo.com.br.

Mais detalhes sobre o Arrastão do Pavulagem, clique aqui.

domingo, 5 de junho de 2011

Vem dançar!


O corpo traduz sentimentos, histórias e preserva a memória de uma vida. É através dele que o som ganha movimentos. Imagem. E nos cortejos do Arraial do Pavulagem não poderia ser diferente. O som que vem dos instrumentos do Batalhão da Estrela vira energia pura nas coreografias de quem participa das oficinas e ensaios de dança do Instituto Arraial do Pavulagem e que depois transporta para a rua, a beleza dos movimentos ritmados pelo carimbó, pela quadrilha e pelo boi-bumbá - sonoridades que tomam conta das ruas de Belém durante o Arrastão do Pavulagem nos meses de junho e julho. 

Patrícia (de blusa amarela) e Cida (à esquerda) durante ensaios

Foi por causa da importância que a dança tem para e para a vida que equipe do Blog resolveu entrevistar os instrutores de dança do Instituto Arraial do Pavulagem. Conheça um pouquinho da história e do trabalho de cada um deles.

Nome: Patrícia Ventura Barbosa/ Idade: 38/Profissão: Assistente Social/Há quanto tempo está no Arraial? 7 anos.
Nome: Maxnildo Soares do Nascimento/Idade: 39/Profissão: Arte-educador/Há quanto tempo está no Arraial? 13 anos.
Nome: Maria Aparecida Brito de Sousa, conhecida como Cida Sousa/Idade: 29/Profissão: Professora de História/Há quanto tempo está no Arraial? 4 anos.

Arraial do Saber: Como conheceu o Arraial?
Max Soares: Queria uma concepção mais paraense. Conheci o Júnior (Soares), o Rui (Baldez) e o Ronaldo (Silva) fazendo show em um caminhão, acompanhando o lançamento de Cd’s como o Via Norte (Ronaldo Silva) e Sotaque de Reggae Boi (Arraial do Pavulagem).

Patrícia Ventura: Tudo foi por um acaso. Conheci o grupo na Praça da República, mas [na época] não tinha essa dimensão de hoje em dia. Ao passar do tempo fui buscando conhecimentos e tive no Max uma referência de cultura popular paraense, sendo que minha vida cultural era toda voltada ao Maranhão.

Cida Souza: Ao participar das oficinas de dança.

Arraial do Saber: Quando virou instrutora?
Max Soares: No início participei das oficinas e no segundo dia o (então) instrutor deixou de ir e eu assumi o lugar dele.

Patrícia Ventura: Logo quando entrei, descobri que tinha vagas para instrutor da dança. Me inscrevi e estou aqui até hoje.

Cida Souza: Ao participar das oficinas logo fui chamada pelo Max para fazer parte da equipe do Arraial.

Arraial do Saber: O que é trabalhado nas oficinas?
Max Soares: A oportunidade de criar.

Patrícia Ventura: Mostrar a origem das manifestações tradicionais, mas com uma releitura dos nossos hábitos urbanos.

Cida Souza: Apresento a história das danças, os movimentos corporais básicos buscando trazer um novo olhar, uma nova interpretação. Sempre usando o conhecimento acadêmico-científico aliado com o popular-tradicional, ajudando que cada um crie seu próprio conceito de cultura.

Arraial do Saber: Qual a diferença dos cortejos de junho pros demais?
Max Soares: Todo arrastão têm diferenças e elas são naturais. No de junho, procuramos trazer os elementos do folguedo do boi, como os movimentos do Pai Francisco (personagem do folguedo que mata o boi para dar à língua para a esposa grávida, Catirina) e Catirina (mulher de pai Francisco no folguedo popular do boi-bumbá, que grávida, deseja comer a língua do boi).

Patrícia Ventura: O cortejo de junho chama mais atenção por ter sido o primeiro a ser realizado. 

Cida Souza: O de junho é o mais completo pela quantidade de arrastões onde em casa um há energias diferentes e temos mais oportunidade de estender o que foi trabalhado nas oficinas.

Arraial do Saber: Quais os ritmos trabalhados nos cortejos de junho? Fale um pouco sobre os ritmos e o que os caracterizam.
Max Soares: Boi-bumbá, carimbó e quadrilha.Neste ano estamos fazendo intercâmbio, dialogando com os elementos do bumba-meu-boi do Maranhão, que é semelhante. É importante dizer que o Arraial do Pavulagem não é um grupo de boi.O Carimbó é da nossa terra, nosso som e não poderia ficar de fora.Na quadrilha, estamos resgatando o modo de dançar juntinho, da maneira mais tradicional.

Patrícia Ventura: Trabalhamos o carimbó, boi-bumbá e quadrilha. O carimbo é nossa manifestação máxima, é o som que sai dos nossos tambores. O boi-bumbá é nossa influência nordestina e o Arraial do Pavulagem é uma das expressões de boi em Belém. Na quadrilha trabalhamos o resgate das danças de salões e terreiros, com o par junto e agarradinho.

Cida Souza: No boi-bumbá ou bumba-meu-boi trouxemos a movimentação cênica de personagens que compõe o folguedo do boi como a Catirina, Cazumbá e Cavalinho. O carimbo é o resgate das raízes com um olhar atual. Na quadrilha dos cortejos é valorizado o “arrasta-pé”.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Conheça a vencedora da campanha "A sua ideia no Arraial"


Sônia Vilhena é uma arquiteta de 32 anos. Paraense de Belém do Pará que não 
gosta de açaí. Mas Sônia tem um atenuante, ela adora o Arraial e, sempre que 
pode, participa  dos cortejos realizados pelo Instituto Arraial do Pavulagem. E foi
esse contato que inspirou Sônia a conceber a arte ganhadora de uma proposta 
lançada na Internet pelo Instituto: A sua ideia no Arraial. A iniciativa era 
promover a participação do público na construção dos cortejos, convidando todos
a enviarem uma imagem que tivesse a cara do Arraial do Pavulagem. A melhor
ideia estamparia as nossas camisas e materiais de divulgação.

Entre as artes selecionadas, de acordo com as regras estabelecidas no site do 
Instituto, a de Sônia foi eleita com 54, dos 72 votos, concorrendo com outras
três artes. A votação feita no último domingo, 29 de maio, e envolveu os 
integrantes das oficinas e ensaios para o Arrastão do Pavulagem. A arte 
vencedora foi anunciada durante o show-ensaio do grupo Arraial do Pavulagem 
na Praça dos Estivadores em Belém.
 
“Eu segui o que o regulamento pedia, que era algo mais ou menos assim: 
‘Expresse, em imagem, o que o Arraial representa pra você’, e aí foi só resgatar 
aquele meu olhar de espectadora durante a passagem de um arrastão. Quando 
ele passa, traz gente festiva, cores, hinos (considero as músicas verdadeiros 
hinos), sons, batucada (alfaias me chamam muita atenção), o nosso cenário de 
praças, mangueiras, sol, chuva e tudo isso agregando muita alegria e celebração.
É isso que o Arraial representa pra mim, como público e espectadora”, explica Sônia.
Sônia Vilhena, admiradora das atividades do Arraial do Pavulagem
Segundo a arquiteta, não é a primeira que ela vence uma premiação. No entanto, 
ganhar na categoria artes visuais representa uma novidade na vida de Sônia Vilhena. 
“Sou muito ligada à musica e já me envolvi em festivais, onde fui contemplada 
através de votação, mas nunca havia me envolvido em eventos de arte visual.
Confesso que estou alternado entre  felicidade e ansiedade! Acho que um dos 
maiores presentes da vida é o reconhecimento que você tem por algo que 
realiza através da sua emoção”, avalia.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Vamos cantar?

Oficina de canto no Instituto Arraial do Pavulagem. Preparação para os cortejos da quadra junina.